Diário de Bordo – NaNoWriMo e Burnout

Estou de volta com mais um Diário de Bordo para explicar o sumiço de uma parte importante deste site, que são os posts sobre escrita criativa. Sei que ninguém prestou muita atenção, mas o conteúdo desses últimos meses se focou mais em “””resenha””” (não sou letrada o suficiente para fazer resenha de verdade rs) de livros. O motivo é muito simples: eu não estive escrevendo nada. Fiquei com uns problemas de saúde física, minha saúde mental não esteve lá muito bem das pernas, essas coisas todas que atrapalham a produtividade de um ser humano. Em suma, contraí o temido burnout, e indicar livros foi a forma que encontrei de manter o site ativo.

Quem me conhece, sabe que eu sou bastante verborrágica, e quem não conhece e está lendo isso, agora sabe. Produção constante e volumosa de escrita sempre foi algo fácil para mim, entretanto esse ano testou bastante esse meu superpoder. Embora eu acredite bastante no poder de construir o hábito de escrever e pensar criativamente, também acredito em se dar uma pausa quando necessário e encontrar o ritmo certo, mesmo este sendo lento.

Esse foi o segundo burnout que eu tive durante os meus 7 anos como pessoa que escreve constantemente. Sair de um burnout é difícil, é um processo sobre o qual você tem muito pouco controle. O dessa vez foi por fatores nada a ver com meu volume diário de produção, mas o primeiro teve a ver com um grande evento literário, todo escritor já deve ter ouvido falar: NaNoWriMo.

Na vida, eu sou o R.R. Martin. Só que sem a fama.

Resolvi falar dele nesse post porque é mês de NaNoWriMo, o National Novel Writing Month, que é um desafio onde você deve escrever 50 mil palavras em um mês. É possível? É sim. Eu completei o NaNo em 10 dias no ano em que participei, escrevi 80 mil palavras no total durante o mês, mesmo tendo aula o dia todo. E não aguentei pegar no projeto por vários meses depois disso. Ou em qualquer outro projeto.

Eu até pensei em fazer um post dando dicas de como completar o NaNo, mas… Já tem muito, né? Também tem muito post falando sobre como ser escritor é trabalho, é esforço e tudo o mais. O que eu vi pouco é post falando sobre como está tudo bem não ter condições de escrever horrores, completar 5 livros por ano e 7 contos por dia. O importante é escrever, não se exaurir no processo, e trabalhar com o você tem e pode fazer. Às vezes dá para fazer mais. Tem dias que não dá para fazer nada. Saber trabalhar com isso sem se culpar por se dar uma folga, se necessário, é essencial. Percebi que constância e flexibilidade são mais importantes para uma carreira literária do que as pessoas se dão conta.

Idealmente eu faria NaNo todo ano, mas desde a primeira e única tentativa, não consegui reunir ideias suficiente para atingir 50 mil palavras; a exaustão depois faz o desafio não valer a pena para mim. Desde então, não consegui produzir nenhum outro romance, apesar de ter tentado bastante, e dei meu braço a torcer e comecei a focar mais em contos e noveletas.

E tudo bem. Embora alguns autores de best-sellers tenham conseguido alcançar seu objetivo post mortem, pretendo estar viva e bem para ver esse dia, se ele chegar.

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